Todos os combustíveis vêm das mesmas refinarias, com a diferença de que os low cost são simples e os restantes têm aditivos. A grande diferença reside, portanto, na composição dos mesmos – para além do preço, claro.
Ou seja, o combustível simples é o que sai da refinaria, sendo assim o produto base e virgem que as marcas compram para, depois, lhes juntarem os aditivos, como é o caso da gasolina e do gasóleo normal.
Estes combustíveis, comprados pela maioria dos portugueses, têm assim mais aditivos do que os simples, mas menos do que os produtos premium das grandes marcas.
No caso dos combustíveis low cost, ou simples, estes são desprovidos de aditivos que promovem o melhor desempenho – aditivos que têm como funções reduzir as emissões poluentes, aumentar a potência do motor e diminuir o consumo, além de aumentar os intervalos de manutenção e melhorar a fiabilidade do motor.
A DECO chegou a realizar testes com combustíveis de marca e também low cost, tendo acabado por concluir que não encontrou diferenças significativas entre os dois. Segundo a associação para a defesa do consumidor, não existem motivos para ter receio em relação à qualidade dos combustíveis simples.
A única grande diferença apontada foi o preço, que é muito menor quando se escolhe o combustível low cost. Isto deve-se à ausência dos aditivos presentes nos restantes combustíveis, estando o consumidor, na verdade, a comprar apenas uma parte do produto e não a pagar menos pelo produto.
No entanto, a Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis avisou que a qualidade dos combustíveis low cost é inferior e que a ausência de aditivos não é benéfica para os motores fabricados atualmente.
Já a Associação de Empresas Petrolíferas (APETRO) foi mais prudente ao enviar um comunicado, em dezembro de 2014, onde distinguia os combustíveis normais dos low cost, mas sem colocar em causa a qualidade de ambos. Ainda assim, referiu que os produtos aditivados se distinguem pela “qualidade, fruto de muita investigação e desenvolvimento”.
Gasolina low cost é prejudicial para a viatura?
Ainda não foi encontrada uma resposta unânime para esta pergunta. Há quem acredite que optar por um combustível low cost pode trazer problemas à viatura a médio prazo, principalmente quando se trata de um automóvel com um motor mais moderno e evoluído, cujo controlo eletrónico se torna mais sensível.
Existe ainda a opinião de que os fabricantes desenham os seus motores para estes funcionarem sem problemas com gasolina e diesel puros. No entanto, isso não significa que o façam na perfeição.
Seria possível ajudá-los a trabalhar melhor, adicionando certos aditivos ao combustível, capaz de modificar ligeiramente as propriedades físicas do mesmo.
A DECO desenvolveu estudos em relação a esta questão, e concluiu que não existem factos que comprovem que este género de combustíveis prejudica diretamente o motor e a performance do veículo. Segundo a análise, os combustíveis low cost cumprem as normas de qualidade e as necessidades dos consumidores.
As marcas de automóveis têm sido unânimes em assegurar que, quando o cliente compra um carro, há instruções específicas mínimas de utilização de gasóleo ou gasolina. No entanto, não dão qualquer indicação aos clientes sobre o combustível que devem usar, seja este de baixo custo ou gasolina simples ou aditivada, o que faz com que assumam que todos os disponíveis no mercado têm qualidade para serem consumidos.
Ou seja, entende-se que, quando o mercado respeita essas orientações, garantindo que não há combustíveis adulterados ou mal acondicionados, não há razões para descartar a versão mais económica.
Há, também, quem afirme que o combustível low cost não existe, e sim postos que prestam serviço low cost – tal como acontece nos super e nos hipermercados.
Neste tipo de posto não há empregados próprios ou lojas, ao contrário do que se passa nas bombas da Galp, BP, Repsol e Cepsa. Por isso, há margem para vender os referidos combustíveis simples, que são mais baratos, além de se poder vender combustíveis aditivados a preços mais baixos, como ocorre na Prio ou na Rede Energia.
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